Chegamos a Bar de manhãzinha sem saber muito bem do que íamos à procura. Sabíamos que queríamos ir para Kotor, uma local que nos foi indicado pelo dono do hostel onde ficamos em Sófia, mas não tínhamos noção como chegaríamos até lá. Na bagagem levávamos a esperança de haver um qualquer transporte que nos levasse à terra prometida.
Bar fica efectivamente no fim do nada. Chegados à estação fomos inundados por taxistas com promessas que nos levariam a Kotor por 10€/cabeça. Não nos deixamos engrupir por estes insistentes senhores e descobrimos o caminho para a estação dos autocarros, onde tivemos que esperar cerca de 3h pelo bus que finalmente nos tiraria daquela estranha terra que cheirava a pimentos assados.
Tomamos cafezito e perdemo-nos no tempo a actualizar os nossos escritos, quando demos conta, estava quase na hora de ir embora e ainda não tínhamos almoçado. Mudamos para o estaminé ao lado pedimos hambúrgueres para comer, avisamos a sra que estávamos com um bocadinho de pressa e fomos bebericando umas deliciosas minis de 0,5l Ilen Pivo (quase que me arriscava a dizer que foram das melhores cervejinhas que bebemos na viagem). Claro que o almoço não ficou pronto a tempo, claro que tivemos de por os hambúrgueres no pão e levar para comer durante a viagem e claro que a cervejinha não se podia estragar e fizemos um bota abaixo. :D
A viagem até Kotor foi tranquila, sempre com uma vista espantosa sobre o Adriático.
Finalmente chegamos a Kotor. Estávamos prontos para ir explorar a cidade à procura de alojamento, quando um simpático velhote nos abordou a oferecer quarto. Do pouco inglês que falava e das fotos que mostrava, a casa parecia ficar pertinho do centro histórico(6m) e da praia(2m). Contudo o Sr. pedia 10€/cabeça e nós sabíamos que à partida,pelo que nos tinha sido dito, conseguiríamos um sopt mais central e baratinho!
Ignoramos o Sr., mas este era muito insistente. Entre conversas lá ele baixou o preço para 8€. Por 8€, se calhar, já não valia a pena não nos preocuparmos mais com casa e ficar com casa do velhote. Assim foi, o Sr.pagou o táxi até casa e lá nos acomodaram num quarto com 4 camas e uma varanda com uma vista fantástica.
Foi o tempo de trocar de roupa e ir em busca da pseudo praia. Andamos um pedaço, e no braço de mar que banha Kotor encontramos um spot com espreguiçadeiras de plástico, ao pé de um Bar onde nos banhamos. Estava tudo tranquilo, até os Srs. do Bar lembrarem-se de subir a música (karaoke) a uns decibéis ensurdecedores. Venceram-nos pelo cansaço e voltamos para casa para tomarmos banhoca.
Estávamos nós, numa azáfama de vai e vem para a casa de banho, quando a Sra.velhota esposa do Sr.velhote entra no quarto, com uma cara simpática e vem-nos pedir o dinheiro pela estadia. Para terem uma imagem mais fiável do que aconteceu, imaginem: a velhota de cabelo branco e braço com gesso entrar no quarto e dizer repetidamente (a abanar a cabeça e os dois braços) ten euros, ten euros, ten euros.. e por mais que as pessoas lhe dissessem que o preço que tínhamos acordado com o Sr. seu marido eram eight euros, eight euros, eight euros ela não parava de se abanar..foi quando pensamos que era melhor dar-lhe o guito, antes que ela deslocasse o outro braço e desatarrachasse a cabeça.
É triste ser-se enganado, é ainda mais triste ser-se enganado por um casal de velhotes com cara de simpáticos e que poderiam ser nossos avós!
Ainda a resmungar saímos de casa e fomos até à zona histórica à procura de jantarinho. Demos uma voltinha, sondamos os preços e decidimo-nos por uma pizzaria (a oferta qualitativa também não era muita)mas as pizzas eram boazinhas! Jantamos, bebemos umas cervejolas, tiramos umas fotos, partimos uns cinzeiros (eu) e regressamos a pé para casa para desmoer!
Good morning Kotor, está um belíssimo dia para visitar como deve ser a cidade, comprar recuerdos e almoçar qualquer coisa antes de irmos embora. O tempo era curto, e rapidamente chegou a hora de apanhar o táxi que nos levaria ao autocarro. Mochilas às costas e uma surpresa: o Sr. velhote decidiu-nos dar boleia no seu carro playmobil até à paragem de Bus. Nós os 4, as nossas 4 mochilas e o Sr. amontoávamo-nos dentro daquele micro carro e rezávamos para conseguirmos chegar a horas, uma vez que faltava 10m. Obviamente que não correu bem, o mini tini carrinho ficou-se a meio do caminho..avariou!! Estava na hora do autocarro, e aqui as personagens (quase todas, porque eu estava a tirar fotografias) a empurrar o carro do velhote que nos tinha enganado há umas horas atrás.
Chamado o táxi, este chegou em 5m e foi tudo a correr até nos encontrarmos em segurança dentro do autocarro que nos levaria para fora daquela terra que tem tanto de encantadora com de trapaceira.
O destino era Dubrovnik!